O livro “A arquitetura italiana em Curitiba”, de autoria dos arquitetos Ana Carolina Mazzarotto e Fábio Domingos Batista, viabilizado pelo Mecenato Subsidiado da Fundação Cultural de Curitiba e incentivado pela CAIXA, foi fruto de uma extensa pesquisa realizada na região de Curitiba e do Vêneto, na Itália, o livro promove um resgate da influência exercida pelos imigrantes italianos nas construções realizadas na capital paranaense entre o período de 1870 e 1930. O inventário da arquitetura pesquisada tem como objetivo promover a preservação da memória construtiva curitibana, além de resgatar a paisagem da cidade em um período de transformação, com fortes características rurais. Abordando temas como imigração, cultura construtiva e arquitetura, o livro de 260 páginas é ilustrado com diversas imagens, entre fotos antigas e atuais da região de Curitiba e do Vêneto, além de plantas das construções analisadas. Trazendo uma visão técnica sobre a produção arquitetônica destes imigrantes, uma população estrangeira em processo de assimilação, o livro aborda os poucos remanescentes da ocupação italiana, hoje presentes em alguns bairros da cidade. Em sua maioria são velhos casarões de tijolos, construídos ao longo das antigas estradas rurais, assim como igrejas com altas torres sineiras, destacadas da construção, edificadas ao modo vêneto e seguindo a tradição ancestral. Os trabalhos de pesquisa e produção do livro foram feito em três etapas. Em conjunto com uma extensa pesquisa bibliográfica, na primeira etapa foram analisados os remanescentes da arquitetura do imigrante italiano em Curitiba, especificamente a arquitetura residencial e arquitetura sacra. Também foi pesquisado o panteão do Cemitério de Santa Felicidade, devido a sua singularidade enquanto construção. Para a segunda etapa, os autores realizaram levantamentos de campo e estudos bibliográficos na Itália, para buscar as referências construtivas existentes no período da emigração. Ao total, trinta cidades da região do Vêneto – local de origem da maioria dos imigrantes que se fixaram em Curitiba – foram visitadas, entre elas Vicenza, Padova, Verona e Treviso. Cidades menores como Rosà, Cittadella, Marosca e Bassano del Grappa também fizeram parte do roteiro de pesquisa. O inventariamento das construções e os estudos realizados em ambos os países deram os subsídios necessários para a análise comparativa entre a arquitetura produzida na Itália e a arquitetura do imigrante italiano em terras curitibanas, que foi realizado durante a terceira etapa. O resultado final é um mergulho ao passado de imigrantes que enxergaram em Curitiba a chance de uma nova vida e comprova como imprimiram em suas edificações a influência das técnicas construtivas, deixando na paisagem de Curitiba, elementos singulares ao seu país de origem. Você pode conferir mais sobre o projeto aqui.
Livro “A arquitetura italiana em Curitiba” é lançado em Curitiba
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